Dados levantados entre abril e junho de 2021 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) identificaram a progressão de miopia em crianças durante a pandemia de Covid-19. A pesquisa entrevistou 295 médicos oftalmologistas com diversas subespecialidades, e sete em cada dez profissionais notaram o aumento no número de casos.
Entre os médicos entrevistados para a pesquisa, 75,6% avaliaram que o uso de diversos dispositivos eletrônicos pode agravar o quadro de miopia. A falta de atividades ao ar livre e o ensino à distância são considerados alguns dos principais fatores que ajudaram no aumento e agravamento de casos.
O que é miopia?
A miopia é um erro de refração bastante comum e a sua principal característica é a visão embaçada, que impede enxergar com clareza o que está longe. A herança genética é apontada como a principal das causas que podem gerar esse problema.
De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 2,6 bilhões de pessoas em todo o mundo convivem com a miopia, sendo que 59 milhões dessas estão no Brasil. A projeção é de que, até 2050, metade da população mundial possa ser afetada pelo problema.
Cuidados com a visão
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) considera preocupante a situação apresentada pela pesquisa, pois revela que as mudanças de hábitos geradas pela pandemia estão afetando a saúde ocular dos jovens, com possibilidade de complicações no futuro. O diagnóstico de miopia, por exemplo, pode avançar na forma de outras doenças, como descolamento de retina, catarata e glaucoma, que leva à cegueira. A oftalmopediatra Dra. Nathália Cristina Ribeiro destaca algumas medidas de prevenção que podem ajudar a evitar problemas como a miopia.
“Em relação a miopia, a prevenção pode ser feita com mudanças ambientais e comportamentais. Como por exemplo, 40 minutos diários de atividades ao ar livre, diminuição de eletrônicos de perto, distância segura das telas e intervalos para olhar 10 minutos para o horizonte após 40 minutos de leitura prolongada”, orienta.
Para as crianças, a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que seja evitada a exposição de menores de dois anos a telas, mesmo que passivamente. Entre dois e cinco anos, o limite deve ser de uma hora de tela, com supervisão. Para a faixa entre seis e dez anos, o tempo não deve ser superior a duas horas.
O oftalmologista Dr. Tiago Ribeiro destaca que seguir as recomendações de prevenção e usar os aparelhos eletrônicos com moderação é o caminho mais eficaz para evitar problemas na visão. “Lembre-se de fazer uma pausa no meio de trabalho, mantenha a distância correta do seu aparelho, geralmente a gente pede um braço de distância do computador. Cuide da sua postura, cuide do tempo de intervalo, da distância do seu dispositivo e tenha atividades ao ar livre”, finaliza.
Fonte: (Rádio Educadora do Maranhão / Brasil 61)