© Gustavo Moreno/STF

Governador do Rio terá que explicar ao STF sobre Operação Contenção

A ONU pediu explicações, o Supremo pediu explicações, o Congresso pediu explicações, a sociedade pediu explicações. Todo mundo quer entender a condução do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, na operação que deixou centenas de mortos na terça-feira (28).

O ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, vai ouvir o governador na próxima segunda-feira (3) dentro da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF das Favelas, a que trata da letalidade da polícia do Rio. E ele vai responder a perguntas como:

  • Qual o número oficial de mortos, feridos e detidos?
  • Quais medidas serão tomadas para punir eventuais abusos e violações de direitos?
  • Como foi a atuação da perícia?
  • As câmeras corporais funcionaram?
  • O que está sendo feito para dar assistência aos familiares?

E são essas perguntas que também foram feitas – aliás, que ainda estão sendo feitas desde a terça-feira (28), quando ocorreu a operação. Na Câmara, a deputada Benedita da Silva, do PT do Rio, cobrou o governador.

“E se tem uma pessoa que não é inocente no estado do Rio de Janeiro, do crime organizado, dos milicianos, é o governador do estado, que já deveria há muito tempo dar um combate nisso, buscando a unidade, procurando, recebendo, aceitando o diálogo com o governo federal.”

CPI do Crime Organizado

O assunto vai virar uma CPI no Senado. A CPI do Crime Organizado será instalada na próxima terça-feira (4). A ideia é investigar milícias e facções.

Ainda na terça, enquanto a operação estava em andamento, Benedita da Silva – que tem 83 anos, com 57 deles vividos em morro do Rio, se emocionou na tribuna da Câmara.

“Aquelas pessoas que suam, que vai vender seus caixotes, que vai vender a sua bebida na rua, que vai pegar cafezinho de madrugada, servindo no ônibus, lá no ponto de ônibus, são essas pessoas consideradas por esta casa como marginais. Eu não aceito isso. Nos meus 83 anos de idade, eu continuo sofrendo pelo meu povo. Não moro mais no morro, mas eu sinto a dor. Eu saí da favela, mas ela não saiu de mim“.

O deputado Otoni de Paula, do MDB do Rio, arrematou.

“É fácil, senhoras e senhores, para quem tá no asfalto e não conhece a realidade da favela. É fácil subir nesta tribuna e dizer: ‘Que bom! Matou!’. É porque o filho de vocês não estão lá dentro, como o meu filho está o tempo todo dentro de uma comunidade. E sabe qual é o meu pânico? É que ele é preto”.

 

Via: Agência Brasil.

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