Psicóloga diz que uso desses aplicativos para comunicação é normal, problema é não conseguir ficar sem; confira sinais de dependência
O bloqueio do WhatsApp no Brasil nesta quinta-feira, 17, deixou muita gente “desesperada”. O aplicativo de mensagens é um dos principais utilizados pelos brasileiros como forma de comunicação rápida. A interdição começou à 0h de hoje, mas uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo já determinou o retorno do funcionamento dos serviços.
Mesmo que por pouco tempo, a interrupção do aplicativo teve repercussão, principalmente nas redes sociais. Alguns se sentiram prejudicados por usarem o aplicativo para fins de trabalho; outros aproveitaram para fazer piada da situação, utilizando imagens relacionadas à solidão para mostrar como ficaram sem poder utilizar o aplicativo. Pelo facebook, o dono do WhatsApp, Mark Zuckerberg, disse que esse foi um “dia triste” para o Brasil.
A psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, explica que a forma das pessoas se comunicarem vem mudando há muito tempo; ela vai evoluindo conforme os meios de comunicação evoluem. Tanto que já houve outras plataformas com essa mesma intenção de comunicação, como MSN e ICQ, só que em uma época que não contava com a mobilidade.
Desde 2002 Luciana se dedica à área da psicologia voltada para os fenômenos que envolvem o ser humano e a tecnologia. Ela conta que, ultimamente, o WhatsApp tem sido tão utilizado porque une praticidade de comunicação com a praticidade do celular, que está sempre ao alcance das mãos.
A dependência da tecnologia
Como forma de comunicação, o aplicativo se tornou muito útil, inclusive para fins de trabalho. O problema, pontua Luciana, é quando o uso da ferramenta se torna excessivo, causando dependência. “A dependência se caracteriza pelo uso abusivo e prejudicial de alguma coisa”, explica a psicóloga.
Mas como saber qual é o limite? Como identificar se o uso está deixando de ser benéfico para se tornar um vício? A psicóloga aponta alguns sinais. Confira no quadro a seguir:
Consequências
Se essa dependência chega a um nível extremo, como consequência aparecerá um prejuízo para os relacionamentos humanos: fim de namoro ou até mesmo do casamento, exemplifica Luciana. “A pessoa começa a deixar de dar atenção para a vida real e começa a se preocupar só com a ‘vida virtual’, digamos assim. Ela começa a priorizar muito essa questão”.
Luciana, ressalta, porém, que essas consequências são para os casos extremos, pois ter esses comportamentos uma vez ou outra é considerado normal. “O problema é quando isso se torna algo que me incomoda quando eu não consigo fazer”, conclui.
Sobre o bloqueio
Operadoras de telefonia móvel do Brasil foram intimadas pela Justiça a bloquear o WhatsApp em todo o país por 48h, começando à 0h desta quinta-feira, 17. A decisão corre em segredo de justiça em uma ação criminal.
O bloqueio, porém, não durou muito. Nesta terça-feira, 17, decisão do desembargador Xavier de Souza, da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, determinou o restabelecimento do aplicativo WhatsApp. Serão expedidos ofícios aos provedores com a determinação.
O magistrado destacou que “em face dos princípios constitucionais, não se mostra razoável que milhões de usuários sejam afetados em decorrência da inércia da empresa” em fornecer.
Fonte: http://noticias.cancaonova.com/bloqueio-do-whatsapp-psicologa-comenta-repercussao/