Uma espécie forte e resistente ao tempo, versátil pela enorme variedade de produtos que podem ser extraídos e abundante no Maranhão. O babaçu é um tipo de palmeira que, pelas suas ricas propriedades, é a matéria prima de projeto que leva o nome da planta. Idealizado pela maranhense de Palmeirândia, Cornélia Rodrigues, mais conhecida como Nelinha, o Projeto Babaçu ultrapassou as fronteiras maranhenses e recebeu atenção de investidores e empresários de fora do estado. A empreendedora tem sociedade com o diretor de televisão e empresário Jayme Monjardim, que apostou na viabilidade do projeto e tem garantido seu financiamento.
Agora, Nelinha pode contar com mais um forte apoio. Ela, que mora há mais de quatro décadas no Rio de Janeiro, esteve na capital maranhense, na semana passada, onde reuniu com o governador Carlos Brandão e com o secretário de Estado do Turismo (Setur), Paulo Matos, dentre outros representantes da gestão. O resultado foi a garantia de investimentos para reforçar as atividades já executadas no Projeto Babaçu.
“O apoio do governo do Estado é fundamental na estrutura desse projeto, sobretudo pela visibilidade que poderemos ter no Maranhão e para que, no futuro, alcance todas as regiões. Neste encontro, tratamos sobre melhorias na infraestrutura das cidades da região da Baixada e formas de facilitar a logística em torno da exploração do babaçu. Contamos com o total apoio do governador Carlos Brandão e ele próprio tem todo o interesse neste e em outros projetos que trazem sustentabilidade e benefícios para o Maranhão. Isso significa valorização do nosso babaçu, das quebradeiras de coco, melhores condições para as cidades que cultivam o produto e benefícios a todos que compõem essa cadeia produtiva”, ressaltou Nelinha.
Nelinha disse ter pensado em criar o Projeto Babaçu quando percebeu que, nas idas e voltas à sua terra natal, nada havia melhorado para os que lidam com a planta. “São vários os motivos, mas, o principal deles é o fato deste projeto poder, de forma concreta, mudar para melhor a vida das pessoas na minha cidade”, afirmou.
A partir do projeto, já foram desenvolvidos alguns produtos, incluindo um tipo de madeira, fórmulas para produção de laticínios como leite e creme de leite, pó em sachê que possui alto nível nutricional e é usado no combate à desnutrição. Foi elaborado, ainda, um mapeamento no território de São José dos Leites, em Palmeirândia, para identificar a melhor funcionalidade da planta. “Vejo um enorme alcance para esse projeto. Enxergo no babaçu uma riqueza em recursos tão grande quanto a do petróleo”, avaliou Nelinha.
Ela destaca a importância do sócio, Jayme Monjardim, no projeto. “O Jayme Monjardim trouxe muitos valores a esse sonho. Sua experiência, conhecimento e investimento garantiram uma estrutura sólida para a concretização e por maior visibilidade do Projeto Babaçu”, disse. O projeto também tem como sócio o empreendedor Rodrigo Fleury.
Potencialidades
O Maranhão é um dos maiores produtores desta palmeira. A cada ciclo, o babaçu forma de dois a seis cachos, cada qual contendo de 150 a 300 frutos, ou seja, uma palmeira produz, por ano, cerca de 800 frutos. Por conter amido, o babaçu é a única palmeira no mundo que pode ser utilizada na produção de etanol. Em floresta nativa é possível encontrar, em média, 200 palmeiras por quilômetro quadrado.
Cada planta, sem receber nenhum cuidado especial, produz, no mínimo, 2,5 toneladas de frutos por hectare ao ano; se forem tratadas, a produção chega a 7,5 toneladas. Uma tonelada de frutos processados resulta em 80 litros de etanol, 145 quilos de carvão, 40 litros de óleo (que é comestível, mas, geralmente utilizado para produzir sabão e cosméticos) e 174 m³ de gás. A planta pode ser usada ainda para fabricar peças de móveis e artesanato, alimentícios (farinhas, biscoitos), chá medicinal, dentre outros itens.
*Com informações da SECOM/MA
*Foto: Brunno Carvalho