Conta a lenda que um navio que vinha de Lisboa para São Luís desviou-se de sua rota e em plena Baía de São José, esteve ameaçado de naufrágio por uma grande tempestade. O capitão invocou a proteção de São José, prometendo erguer uma capela no povoado que avistava ao longe. Tal foi a força das súplicas, que imediatamente o mar se acalmou e todos chegaram a terra a salvos. Para cumprir a promessa, o capitão trouxe de Lisboa uma imagem de São José e colocou na modesta igrejinha do povoado, erguida de frente para o mar. Este povoado se tornaria São José de Ribamar.
A lenda ainda conta que muito próximo dali havia uma antiga aldeia chamada Anindiba dos Indígenas, atualmente município de Paço do Lumiar. Os moradores daquele lugar acharam que a imagem deveria ser removida da igrejinha e levada para Anindiba e ao cair da noite, sem que ninguém percebesse, eles transportaram a imagem de lá. Ao amanhecer a imagem não se encontrava mais em Anindiba, pois, misteriosamente, ela voltou à igrejinha de origem. E os moradores tornaram a repetir a transferência e colocaram pessoas a vigiar o santo. São José, entretanto, transformando seu cajado em luzeiro, desceu da Igreja de Anindiba e, protegido por anjos e santos, voltou a Ribamar. E o caminho por onde ele ia passando encheu-se de suaves rastros de luz. Só assim os moradores de Anindiba compreenderam que o santo queria permanecer em sua igrejinha, de frente para o mar. Tempos depois, quando da construção de uma nova igreja, resolveram fazê-la de frente para a entrada da cidade – mas as paredes da igreja várias vezes ruíram, até que os fiéis compreenderam que a igreja de São José de Ribamar deveria permanecer de frente para o mar, como encontra-se até hoje.
História
“O município de São José de Ribamar ao ser colonizado por missionários era, primitivamente, aldeia dos índios Grandes ou Gamelas, localizada nas terras dos religiosos da Companhia de Jesus, doadas por datas e sesmarias pelo governador do Maranhão Francisco Coelho de Carvalho, em 16 de dezembro de 1627. As terras de São José de Ribamar foram as primeiras que no Maranhão possuíram vice província da Companhia de Jesus”. (MARQUES: 1870 apud Livro Tombo do Curato/Paróquia/Santuário de São José de Ribamar, p. 35).
Chegando aqui o capitão–general do Estado Francisco Coelho de Carvalho, nomeado por Sua Majestade católica o Rei Felipe VI, que levava poderes de passar cartas de datas e sesmarias, “concorreram logo algumas pessoas, assim seculares como religiosos, a pedir as terras que se lhes faziam precisas para o benefício de suas lavouras em 1624”. (Livro Tombo do Curato/Paróquia/Santuário de São José de Ribamar, p. 36).
As terras de São José de Ribamar, onde estavam as aldeias dos índios Gamelas, foram dadas, em 1627, para os jesuítas conforme se afirmou acima, por pedido do Padre Luiz Figueira (o Padre Figueira escreveu a primeira gramática do idioma brasílico, editada na Bahia em 1851), que já possuía uma légua de terra doada por Pedro Dias ex-artilheiro da armada de Alexandre de Moura e sua mulher, Apolônia Bustamente, na Vila do Paço do Lumiar.
Sucessivos atos e leis alteraram o início da vida política de São José de Ribamar. Através do Decreto-Lei Estadual nº 820, de 30 de dezembro de 1943, foi criado o Município de Ribamar com um único distrito. Por atos das disposições constitucionais e transitórias do Estado, promulgado a 28 de julho de 1947, na interventoria de Paulo Sousa Ramos, foi restituída a categoria de lugar e foi extinto o Munícipio de Ribamar, cuja área passou a pertencer ao Município de São Luís por força da Constituição de 1946. Foi, por várias vezes, extinto e restaurado, até que finalmente, pela Lei Estadual nº 758, de 24 de setembro de 1952, assinada pelo Governador Eugênio Barros, que deu o nome de Ribamar.
Passando-se 17 anos, o Governador José Sarney, definitivamente, restaurou a denominação pela Lei-Estadual nº 2.980, de 16 de setembro de 1969, para São José de Ribamar, em homenagem ao santo milagroso padroeiro da cidade e padroeiro do Maranhão.
O Complexo Santuário é composto por: Igreja Matriz de São José de Ribamar, Centro Pastoral, Salão Paroquial, Casa dos Milagres, Praça São José (caminho de São José), Concha Acústica, Cripta (sob a Concha), Gruta de Nossa Senhora de Lurdes, Monumento a São José, Museu dos ex-votos.
Caminho de São José
O Caminho de São José é um conjunto de imagens composto por oito estações que contam a história da Sagrada Família de Nazaré, Jesus, Maria e José. As estações estão dispostas ao longo da Praça São José, localizada em frente a igreja matriz; para a construção do conjunto foram usados como matéria prima o pó de mármore, rezina e argila. As estátuas começaram a ser esculpidas em 1996 pelo artista goiano Sinval Floriano Veloso no Salão Paroquial São José de Ribamar e foram concluídas em 1997. A inauguração se deu em doze de setembro do mesmo ano da conclusão. As estações passaram ainda por duas reformas, em 2001 e 2010. A nova praça São José substituiu a antiga e as estações substituíram a antiga imagem da sagrada família constrída em 1979 pelo escultor Carlos Prado que, já bastante desgastada, desmoronou durante a reforma da praça. O Caminho de São José destaca a história do pai adotivo de Jesus no cumprimento de sua missão e vocação.
1- O noivado de São José com a Virgem Maria
2- O anjo do Senhor aparece em sonho a São José e lhe diz para receber Maria como esposa
3- São José assiste o nascimento de Jesus
4- São José presencia os Reis Magos entregarem os presentes a Jesus
5- José e Maria apresentam Jesus ao Templo de Jerusalém
6- Fuga para o Egito: São José conduz o Menino Jesus e Maria para o Egito
7- São José e Maria voltam a Jerusalém e levam Jesus de volta a Nazaré
8- São José morre (“dormição”) nos braçoes de Jesus e Maria.