Exploração sexual e abusos também preocupam Organização Internacional para Migrações; estudos iniciais indicam potencial para os traficantes se aproveitarem da situação nas fronteiras com o país.
A Organização Internacional para Migrações, OIM, está preocupada com o aumento do risco de tráfico humano e de exploração sexual na Ucrânia e na região. Desde que a ofensiva militar russa começou, em 24 de fevereiro, pelo menos 3 milhões de ucranianos cruzaram as fronteiras fugindo do conflito.
Segundo a OIM, 162 mil nacionais de outros países também deixaram a Ucrânia nas últimas semanas. Com a piora da situação humanitária e as movimentações em larga escala de pessoas, a segurança dos civis está ameaçada, levando a um maior risco de exploração. A agência explica que casos de tráfico humano são mais difíceis de serem identificados imediatamente após deslocamentos em massa. Mas “relatos iniciais de dentro e fora da Ucrânia indicam que existe o potencial para os traficantes explorarem as vulnerabilidades das pessoas que fogem da guerra”.
Foram reportados inclusive casos de violência sexual e existem também indivíduos que prometem serviços de transportes aos ucranianos, mas com indicações de haver intenções de explorar essas pessoas.
A OIM recomenda a todas as pessoas que saem da Ucrânia e precisam de transportes e de acomodação para coordenarem esses serviços com agências locais de proteção e para exigir rotas de transportes, detalhes de contatos e endereços das acomodações.
Grupos vulneráveis
O diretor-geral da OIM, António Vitorino, destaca que as pessoas que estão deixando território ucraniano são na “maioria mulheres, crianças e idosos, incluindo pessoas que estão desacompanhadas ou foram separadas de suas famílias, além de nacionais de outros países. Esses grupos são ainda mais vulneráveis ao risco de tráfico humano por terem precisado deixar suas casas de repente, ficando sem acesso a suas fontes de renda.
No ano passado, a OIM na Ucrânia conseguiu identificar e ajudar mil vítimas de tráfico. Atualmente, a agência colabora com o governo do país e entidades parceiras na implementação de medidas de prevenção do tráfico humano e fornecendo aos refugiados informações sobre proteção e segurança para que essas pessoas possam tomar suas decisões e estarem cientes de riscos.
Para as pessoas de outros países que estavam morando na Ucrânia, a orientação é para que tenham garantidas suas proteções e para que busquem o apoio das respectivas autoridades consulares.
Fonte: (Rádio Educadora do Maranhão / ONU News)