Pastoral da Aids, um compromisso com a vida

 

A Igreja vai ao encontro destes que sofrem e os ampara com misericórdia e compromisso com a vida.

Durante os anos oitenta, uma nova epidemia se alastrava pelo país, se tratava de uma doença desconhecida e desafiadora para as pesquisas da época. Trata-se da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – Sida, também conhecida por Aids. Ela é causada pelo vírus HIV que ataca as células de defesa do corpo, deixando o organismo vulnerável a diversas doenças, das mais simples as mais graves. O estágio mais avançado deste ataque viral é quando o vírus se estabelece como forte inimigo do sistema de defesa do corpo e o ataca desesperadamente.

Segundo dados do Ministério da Saúde, de 1980 a 2012, foram registrados no país 656.701 casos. Se estudada por região, em um período de 10 anos, 2001 a 2011, a taxa de incidência da epidemia caiu no Sudeste de 22,9 para 21,0 casos por 100 mil habitantes, já nas outras regiões cresceu, como no Nordeste de 7,5 para 13,9. No mundo, como registra a Unicef, um terço das novas infecções ocorre em jovens dos 15 aos 24 anos, sendo que os meninos são os mais afetados. No Brasil, entre 2004 e 2014, o número de novos casos em meninos com idades entre 15 e 19 anos aumentou em 58%. Em 2014, a incidência de HIV em adolescentes, entre 13 e 19 anos, foi 60% maior nos meninos, em relação às meninas, segundo o Ministério da Saúde.

Atenta a isto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, representada por dom Jaime Chemelo, na época, juntamente com o coordenador nacional de DST/AIDS, efetivou um debate, com a intenção de criar uma comissão da Igreja Católica  para fortalecer o combate a epidemia e que lutasse também pela promoção e defesa da vida através de ações concretas de intervenção e conscientização.

O primeiro passo da

Igreja foi a fundação de uma pastoral específica, desvinculada da Pastoral da Saúde, para trabalhar o assunto. Hoje a pastoral da aids conta com uma Secretaria Nacional sediada em Porto Alegre-RS.

No Maranhão, atendendo a solicitação nacional de implantação da pastoral em todos os regionais, a caminhada começa em fevereiro de 2012. Com o auxílio de Secretarias, ongs e casas de apoio locais, a pastoral é coordenada no estado pela irmã Helvídia Barros, das Irmãs da Caridade de Montreal, e na Arquidiocese, por Joselice Gonçalves.

A pastoral se vale de muitas estratégias para tentar reverter o quadro no estado. Entre as ações, Joselice Gonçalves destaca as “visitas ao hospital Getúlio Vargas, que trata de pessoas com diagnóstico positivo de HIV/AIDS, ações sociais em ‘comunidades-alvo’, panfletagem, acolhimento e encaminhamento para exames e tratamentos, conscientização e incentivo ao diagnóstico precoce e visitas a lugares onde há grande incidência de casos.” O Dia mundial de luta contra a aids, primeiro de dezembro e a vigília pelos mortos da aids são eventos fortemente celebrados no calendário da pastoral com dezenas de ações por todo o Maranhão, como ressalta a coordenadora arquidiocesana.

“Com muitas dificuldades, sem auxílio, e com muito preconceito por parte dos nossos irmãos, temos resistido, perseverado e buscado fazer, mesmo aos poucos, nosso trabalho”, encerra Joselice Gonçalves.

Os três passos

O primeiro e fundamental passo no tratamento é a aceitação. Depois, o segundo passo, é o apoio da família e dos amigos, e por fim, a busca pelo tratamento e a realização dele da forma correta.

Fonte: Arquidiocese de São Luís

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