Este ano, em seu discurso para marcar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, em 5 de maio, o secretário-geral da ONU, António Guterres, citou duas efemérides: o centenário do nascimento do escritor José Saramago, em Portugal, e o Bicentenário da Independência do Brasil.
Em 7 de setembro, o país comemora os 200 anos da independência de Portugal e as celebrações contam com vários eventos que ressaltam a relação das duas nações.
Mercosul, União Europeia, África e Ásia
Nessa entrevista à ONU News, o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa falou do grande potencial do Brasil e ressaltou o papel dos jovens para o futuro do país. “Mas isto para dizer que o Brasil já é uma grande potência. Já é uma grande potência. Nem sempre tem a noção de que é uma grande potência, mas é. Sem Brasil não há Mercosul forte. Sem Brasil não há Latino-América forte. Sem Brasil não há um diálogo entre essa realidade e a União Europeia forte. Ou dessa realidade e África forte ou Ásia forte.
Às vezes, eu penso que os brasileiros se subestimam. Não têm a noção exata do poder que têm. E têm todos eles porque é um poder popular. É um poder de todos os cidadãos e isso é um poder fundamental. Cada vez que vou ao Brasil, e eu vou todo ano, várias vezes ao Brasil, eu noto que o Brasil nas jovens gerações está tendo uma influência.”
Otimismo x pessimismo e herança comum
Para Portugal, o Brasil é hoje um país com cultura, recursos naturais e juventude vibrantes e teve uma independência rara com o próprio imperador proclamando a ruptura da ex-colônia com a então metrópole.
Marcelo Rebelo de Sousa acredita que os brasileiros precisam estar cientes do potencial do país, para onde ele costuma viajar todos os anos. Para ele, os brasileiros não podem subestimar a importância da nação no mundo. E disse que como “os jovens, é preciso ser otimista” e se distanciar de qualquer herança histórica que aponte para o “pessimismo”, nas palavras do presidente português.
Fórum Político de Alto Nível e incêndios florestais
“Eu não sei. Porque nós portugueses, também temos um pouco isso. Quer dizer, nós também temos um pouco o pessimismo. Mas nós somos um país mais velho, mais envelhecido. Agora um país jovem… Jovem, por natureza, é otimista. Velhinho é mais pessimista. E há aí, um entropismo de alguns países que contagiaram outros. Eu admito que possa ter havido aí um contágio nosso mal no Brasil. Nem tudo é bom no contagiar no Brasil, há coisas más. E essa é uma má porque é um país jovem com recursos naturais únicos. Tem de cuidar deles. Tem de cuidar deles. Um peso no mundo. Culturalmente muito forte, muito, muito, muito forte. Estrategicamente muito forte. Economicamente com um potencial incrível. E, portanto, não há razão para o Brasil… Dos BRIC, dos BRIC, ser daqueles que têm em termos de juventude, mais juventude. É mais jovem, relativamente, do que, por exemplo, a Federação Russa. É tão jovem ou mais do que a África do Sul. E, portanto, não sei com a China como é porque a China é muito jovem também. Mas o Brasil com os Bric tem uma posição invejável em termos de futuro.”
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, falou à ONU News logo após sua participação no Fórum Político de Alto Nível das Nações Unidas, em 13 de julho. Ele concedeu a entrevista por videochamada após ter que cancelar a viagem a Nova Iorque por causa dos incêndios florestais em Portugal.
Fonte: (Rádio Educadora do Maranhão / ONU News)