Com informações do G1
Durante a execução de uma obra para a construção de um condomínio no bairro Vicente Fialho, em São Luís, um sítio arqueológico foi desenterrado. Este revelou 43 esqueletos humanos e aproximadamente 100 mil artefatos de valor histórico considerável, em uma descoberta notável durante os trabalhos da construtora MRV para erguer condomínios residenciais do programa Minha Casa, Minha Vida.
A pesquisa arqueológica conduzida pela W Lage Arqueologia elucidou uma variedade impressionante de 100 mil fragmentos, incluindo cerâmicas, materiais líticos, carvão, ossos e conchas ornamentadas. Todos esses itens estão atualmente em análises laboratoriais para determinar sua antiguidade, representando um achado de grande relevância para a compreensão da história do Brasil.
Os esqueletos foram descobertos abaixo de um sambaqui, uma formação composta por conchas e sedimentos, indicando uma ocupação antiga por comunidades que habitavam o Brasil milênios atrás. Apresentando características de homens e mulheres fortes e de estatura baixa, os esqueletos foram enterrados com cuidado. Uma das sepulturas continha um vaso de cerâmica do tipo Mina, datando de 5 mil a 7 mil anos atrás, similar aos encontrados em outras regiões do Norte do Brasil.
Esta não é a primeira vez que sítios arqueológicos são descobertos durante obras em São Luís. Durante a construção de uma rodovia, outro sambaqui foi encontrado, revelando registros de povos antigos, como pescadores e coletores de marisco, que viveram na região há cerca de 3 mil anos. Após a remoção dos materiais arqueológicos, o terreno abrigará quatro condomínios com um total de 1.600 apartamentos.
Desde os anos 1980, a região já era reconhecida por seu potencial arqueológico. Descobertas anteriores, como um conjunto de urnas funerárias, indicavam que o local poderia ser um “sítio de enterramento”. Com esta nova descoberta, essa hipótese pode ser confirmada.
A MRV afirmou ter fornecido apoio logístico e colaboração para os trabalhos arqueológicos, seguindo todas as exigências legais. Por determinação do Iphan, a empresa está construindo um centro na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para abrigar e preservar os itens descobertos.
Confira alguns dos materiais arqueológicos encontrados: