Fiocruz inicia envase do primeiro lote de IFA da vacina Covid-19

Fiocruz deve assinar transferência de tecnologia do IFA até março

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou neste domingo, 21, que deve ser assinado até março o contrato com a farmacêutica AstraZeneca que detalha a transferência de tecnologia para a produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina Oxford no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). A Fiocruz informou que, inicialmente, havia a previsão de que o contrato fosse assinado ainda em 2020. Segundo a fundação, o grau de detalhamento necessário para esse tipo de documentação exigiu um tempo maior de preparação. A empresa anglo-sueca é desenvolvedora da vacina em parceria com a universidade britânica.

O acordo de encomenda tecnológica entre a Fiocruz e a farmacêutica AstraZeneca prevê que, até julho deste ano, 100,4 milhões de doses sejam produzidas a partir de IFA importado.  A partir desse acordo, a Fiocruz já incorporou a tecnologia necessária para formular a vacina utilizando IFA importado e iniciou a produção das doses. A não assinatura do contrato de detalhamento, segundo a Fiocruz, não impactou o cronograma atual de entrega das vacinas, já que, neste momento, as vacinas são produzidas a partir de IFA importado do laboratório WuXi Biologics, na China. Esse acordo também prevê parâmetros gerais para a transferência de tecnologia, que precisam ser detalhados no contrato específico que ainda não foi assinado. Apesar disso, a fundação já trabalha na preparação da estrutura necessária para iniciar a produção do IFA nacional, que permitirá a produção de mais 110 milhões de doses no segundo semestre.

Fiocruz e AstraZeneca lembram ainda que mais dois lotes de IFA importado chegarão ao Brasil nesta semana, para a produção de mais 12 milhões de doses da vacina contra covid-19. A Fiocruz prevê entregar ao Programa Nacional de Imunizações 15 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca até o fim de março, e aumentar o ritmo de produção a partir de abril. Além disso, Fiocruz, AstraZeneca e Instituto Serum, da Índia, acertaram a importação de mais uma remessa com 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford produzidas pelo laboratório indiano.

Os imunizantes iniciarão a viagem em direção ao Brasil amanhã, em um voo que vai decolar de Mumbai, e devem chegar a São Paulo na manhã de terça-feira (23). Assim que desembarcarem no Brasil, as doses serão encaminhadas a Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro, onde serão rotuladas antes de serem entregues ao Ministério da Saúde.

O que é o IFA?

O ingrediente farmacêutico ativo (IFA) é fundamental na formulação de um fármaco porque está nele a substância capaz de produzir o efeito desejado. Nas vacinas, é o IFA que tem a informação que faz com que o organismo comece a preparar suas defesas contra um micro-organismo invasor. No caso de imunizantes como a CoronaVac, chamados vacinas de vírus inativado, o IFA é o ingrediente que contém o corpo do micro-organismo “morto”, incapaz de se replicar e provocar uma infecção. Ao receber a vacina, o corpo da pessoa vacinada passa a conhecer a estrutura do coronavírus e produz defesas específicas contra suas formas de ataque.

Como é produzido o IFA?

Para produzir o IFA, é preciso que uma cepa selecionada do coronavírus (no caso da CoronaVac) ou do adenovírus de chimpanzé (no caso da vacina de Oxford) se multiplique em laboratório até que haja uma quantidade grande o suficiente para a produção de um lote de vacinas. Os vírus precisam de células vivas para infectar e se multiplicar, e esse processo ocorre em ambiente controlado, em biorreatores.

 

Fonte: Agência Brasil

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