A pauta da entrevista foi a Campanha Agosto Lilás criada em 2006, que visa chamar a atenção para a Lei Maria da Penha e dá destaque às ações do sistema de segurança pública direcionadas ao combate da violência doméstica e familiar. Sendo o Brasil um país historicamente e culturalmente violento, especialistas destacam ações essenciais para frear os números de agressões e feminicídios no país. A delegada disse que a principal violência contra a mulher ocorre dentro de casa, onde a mulher deveria se sentir acolhida pelo marido, mas na maioria das vezes é extremamente maltratada, e sofre diversos tipos de violência como: violência doméstica, violência psicológica, violência moral, violência sexual entre outras. Ela disse ainda que os agressores de meninas são pessoas da própria família, padrasto, tio, ou amigo próximo da família, que ver a vulnerabilidade da menor de idade e se aproveita da situação para abusar de várias maneiras da vítima. E dessa forma o lar das mulheres se torna um local totalmente inseguro e perturbador.
Perguntada sobre como denunciar a violência contra a mulher, a delegada Kasumi Tanaka respondeu que a várias formas de se fazer a denuncia. Primeiramente falou do modo tradicional, a qualquer hora do dia ou da noite, os casos de violência ou assédio, assim como qualquer outro crime, podem receber socorro policial por meio do número 190. A denúncia não precisa partir exclusivamente da vítima, qualquer pessoa pode realizar a denúncia, com a garantia de anonimato. Ela falou também do aplicativo Salve Maria Maranhão, para a utilização do aplicativo o usuário deve fazer o download no celular, preencher os dados pessoais e, após essa etapa, poderá acionar, em caso de urgência, um botão de segurança. Esse botão é o dispositivo que vai gerar ocorrência georeferenciada que, de forma imediata, envia os dados para o atendimento no 190 (CIOPS).
As mulheres que já possuem medidas protetivas de urgência ou que precisem de intervenção nos casos de violência doméstica podem entrar em contato diretamente com a Patrulha Maria da Penha nos números (98)99219-3671 e 2016-8480. A Patrulha, que faz parte da Polícia Militar, atua exclusivamente no atendimento às mulheres e pode ser acionado também por meio de outros canais, como o Disque 180. Mesmo com alguns setores funcionando em home office, a Casa da Mulher Brasileira aberta durante 24 horas, e o trabalho não foi prejudicado com a readequação. O centro funciona todos os dias da semana, incluindo feriados, e garante o atendimento à mulher que precise de medida protetiva de urgência ou que queira realizar denúncias. Para pedir socorro, basta entrar em contato por telefone a qualquer momento: (98) 9 8892-1222, 98855-7705, 98427-9730, 98443-6925 e 8278-3647. A Casa da Mulher fica situada na Av. Prof. Carlos Cunha, 572, Jaracaty, em São Luís. Sempre há equipes de plantão para acolher as vítimas e tomar todas as providências.
Ao final da entrevista a delegada fez um alerta a todas as mulheres: “Sobre uma das grandes dificuldades que as mulheres relatam é a falta de apoio, quando elas voltam pra casa muitas pessoas não aceitam a separação do casal e dão conselhos irresponsáveis instruindo a mulher esquecer as agressões e voltar com o marido na esperança que ele vai mudar, então existem pessoas que ao invés de estimular para que ela saia daquela situação desesperadora, fazem é ao contrário e apoiam a volta do relacionamento cheio de agressões”. Portanto quando acontecer a primeira agressão denuncie por mais que seja difícil, e definitivamente saia do relacionamento abusivo para não virar um verdadeiro inferno. E quando vermos uma mulher nessa situação desesperadora, somos obrigados a dar apoio total a vítima até que ela possa seguir em frente depois das várias violências sofridas.
Acompanhe na íntegra a entrevista em áudio completa abaixo:
Fonte: (Rádio Educadora do Maranhão)